quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

FELIZ ANO VELHO - Marcelo Rubens Paiva

Sinopse:

Publicado originalmente em 1982, este livro é um relato do acidente que deixou Marcelo Ruben Paiva tetraplégico, poucos dias antes do Natal de 1979. Jovem paulista de classe média alta, vida boa, muitas namoradas, ele vê sua vida se transformar num pesadelo em questão de segundos. Durante um passeio com um grupo de amigos, Marcelo resolve dar um mergulho no lago. Meio metro de profundidade. Uma vértebra quebrada. O corpo não responde. Começa ali, naquele mergulho, a história de 'Feliz Ano Velho'. Apesar do tema trágico, 'Feliz Ano Velho' tem momentos de humor, ternura e erotismo. Marcelo se encarrega de colocar em palavras a relação de amor e respeito à mãe, o carinho das irmãs, a camaradagem e o encorajamento da turma, as festas e fantasias sexuais.

Trechos do livro:

Sobre o Natal, Cristo, coragem e amor...

"Fiquei contente com as pessoas. Elas queriam, e conseguiram, transmitir uma felicidade, um espírito de Natal, um vamos-nos-dar-as-mãos que me deixou emocionado. Nunca fui muito de Natal, exceto quando criança, óbvio. Mas aquele dia a música me deixou feliz, feliz por saber que jamais teria outro Natal tão triste como aquele. Por saber, também, que, apesar de tudo, ainda existia Natal. E descobri que Natal é isso mesmo. Por que não um momento de ternura e amizade com as outras pessoas, mesmo levando uma vida fodida o ano inteiro? Estamos todos na mesma. Não sejamos tão egocêntricos a ponto de querer, quando estamos mal, que esteja todo o mundo péssimo. Foi o nascimento de um cara incrível, de um revolucionário que lembrou às pessoas que, acima do poder, o amor e a felicidade são mais importantes. E que poderemos construir um mundo melhor. Então, é um dia em que temos a oportunidade de renascermos em nós mesmos. De brilhar, de ser gente. Lutar por aquilo que desejamos, defender a nossa condição de homem. E como disse o poeta: 'Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome'.
De Cristo eu gosto. Pena que manipularam pra tanta babaquice. Pra começar, dizer que ele é filho de deus. Que besteira. Será que o homem é tão incapaz de se dar valor a ponto de achar que, quando outro homem é genial, tem que ser do outro mundo? Que nada, Jesus era tão homem quanto eu."

"Engraçado que eu não tinha coragem nenhuma, simplesmente não podia fazer outra coisa senão enfrentar."

"Frustrante não conseguir falar de amor. É o motor básico das relações humanas. É a vida, é a paz."

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